Sobre leveza e histórias de amor

Retorno ao tema do primeiro post de 2014 por conta de um comentário, muitíssimo bem-vindo, de uma doce e terna amiga, que também mantém um blog (“Verdades e Insanidades”) que recomendo ser visto.

 

Tomo liberdade de reproduzir parte da sua consideração: “O Florentino Ariza tinha um amor obsessivo e não correspondido pela Fermina Daza, o Bentinho era atormentado pelo ciúme, Tristão, Rodin, Diego, todas histórias intensas mas que acabaram meio pesadas. Eu não escolheria nenhuma delas, escolheria intensidade, mas com final feliz.”

 

Elaine, minha querida, você tem toda a razão. Mas quero lembrar que naquele post (“Para 2014, apenas uma história de amor”) deixei bem claro que a história não será nenhuma dessas. Será tão e simplesmente uma história pessoal, toda minha.

 

Claro que isso exige de mim um certo desprendimento – sou tímido, afinal. Porém, estou certo, esperançoso, crente de que é a hora de me tornar protagonista, e não mais mero figurante. Porque o amor exige isso: coragem, confiança e um olhar mais leve e dedicado ao outro. Disso estou convencido. Disso irei em frente. Sem temor, sem medo, sem cobranças, sem exageros.

 

Portanto, serei eu mesmo o personagem central dos posts em determinadas ocasiões. Ou em todas (?). Tenha certeza de que não acredito nem quero uma história de amor laudatória, enciumada, intensa (no sentido de ser algo pesado e pesaroso). Nada disso. Incorrer nesses percalços não. Até porque já tive minha cota de relacionamentos tensos, inquietos e cáusticos. No mínimo, sei o que não quero.

 

Finalizo esse post relembrando o que eu mesmo já havia escrito: “Mas e se a história for construída a partir deste colecionador de histórias? Para isso, basta querer. E disso, estou plenamente convicto. Porque quero. Porque ainda acredito na toada amorosa, que deflagra seus sortilégios nos ambientes mais vagabundos, mais vis, porém carregados de intensa paixão, sendo capaz de torná-los nos mais belos e ternos jardins, povoados por ‘Frankensteins’ que se transformam em beija-flores.”

 

Elaine, você tem toda razão quanto às escolhas das canções para ilustrar essa história de amor. Suas sugestões foram na veia. Por isso, de maneira totalmente escancarada e terna, a música da semana é “Todo amor que houver nessa vida”.

 

PS – Você não imagina quão surpreso fiquei ao ler seu post. Não me julgo merecedor de tanto carinho assim. Emoção à flor da pele e uma vontade louca de encontrá-la o mais breve possível para lhe dar um abraço bem apertado – daqueles em que a gente mesmo se abraça. E um beijo para partilhar toda minha leveza de espírito…

 

TODO AMOR QUE HOUVER NESSA VIDA

 

(Cazuza / Frejat)

 

 

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia


Que ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia


E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio pra dar alegria

 

 

Eis o vídeo, com o próprio Cazuza…

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