Certas canções nos remetem a momentos específicos. Especiais ou não, divertidos ou até mesmo pesarosos, essas situações servem como um referencial para a nossa memória afetiva. É o caso dessa música, que transcrevo a seguir. Ela é uma pequena mostra da história do seu próprio autor, que reflete, antes de mais nada, a certeza de que é preciso continuar adiante. Sem medo do que está para vir. Salve, salve, Gonzaguinha. Evoé!
Com a perna no mundo
(Gonzaguinha)
Acreditava na vida
Na alegria de ser
Nas coisas do coração
Nas mãos um muito fazer
Sentava bem lá no alto
Pivete olhando a cidade
Sentindo o cheiro do asfalto
Desceu por necessidade
O Dina
Teu menino desceu o São Carlos
Pegou um sonho e partiu
Pensava que era um guerreiro
Com terras e gente a conquistar
Havia um fogo em seus olhos
Um fogo de não se apagar
Diz lá pra Dina que eu volto
Que seu guri não fugiu
Só quis saber como é
Qual é
Perna no mundo sumiu
E hoje
Depois de tantas batalhas
A lama dos sapatos
É a medalha
Que ele tem pra mostrar
Passado
É um pé no chão e um sabiá
Presente
É a porta aberta
E futuro é o que virá, mas, e daí?
Ô ô ô e á
O moleque acabou de chegar
Ô ô ô e á
Nessa cama é que eu quero sonhar
Ô ô ô e á
Amanhã bato a perna no mundo
Ô ô ô e á
É que o mundo é que é meu lugar
O colecionador de histórias 