A seleção dessa semana presta uma homenagem ao Cidão. Dono de um bar na Vila Madalena, que leva seu nome (apesar da razão social, se não me engano, ser uma expressão francesa), este ex-caminhoneiro criou um espaço único, em que prevalecem o chorinho e o samba. Um local em que a velha e a nova geração se encontram em busca, apenas, da boa música. O que sempre me chamou a atenção no bar é perceber que a cultura, a alma da grande boemia e a tradição desses dois estilos musicais estão bem preservadas. Mas nesta semana, para quem ainda não sabe ou não conhece o espaço, Cidão partiu da terrena Vila Madalena para atender uma outra freguesia no céu. Daí que uma canção me veio à mente. Guardadas as devidas comparações, julgo que ela dá uma noção do que significa tal perda. A música é da Comunidade Samba da Vela, e em que pese ter sido feita para falar da história desse outro marco importante de São Paulo, tomo liberdade de oferecê-la ao Cidão. Saravá! E que sua história, Cidão, sirva de exemplo para continuarmos reverenciando o bom choro e a tradição do samba.
A comunidade chora
(Magnu Sousa / Maurílio de Oliveira / Edvaldo Galdino)
Quando a vela acender
Eu vou cantar meu samba até prevalecer
A luz que ilumina o compositor
Que tem a luz nos olhos seus
Eu rezo pra essa chama tão crepuscular
Durar mais um minuto nessa hora
Ah! Porque senão a comunidade chora
A comunidade chora
Chora, chora…
A comunidade chora
A comunidade chora
Quando a vela se apagar e o samba terminar
Saudade não me deixe ir embora
Meu peito vazio implora
Que uma luz me ilumine agora!
Chora, chora…
A comunidade chora
A comunidade chora
Chora porque a vela se apagou
Porque o samba terminou
Chora, chora…
A comunidade chora
A comunidade chora
E aqui está o vídeo de “A comunidade chora”: